sexta-feira, 8 de março de 2013

Conclave começa na próxima terça-feira


A Igreja Católica Apostólica Romana se mobiliza em torno da escolha do novo Papa a partir do próximo dia 12, quando 115 cardeais com direito à voto reúnem para o Conclave. A data foi escolhida nessa sexta-feira, na segunda congregação do dia. As normas para as congregações diferem das estabelecidas para o Conclave. Elas têm participação dos cardeais presentes no Vaticano, independentemente da idade. Terça-feira de manhã deve ser celebrada uma missa e, à tarde, começam as votações.

Um processo que se iniciou em 28 de fevereiro com a renúncia do Papa Bento XVI, de 85 anos. Segundo o professor de direito canônico Paulo Bosco, da Universidade Católica de Brasília (UCB), há uma necessidade latente de renovação na Igreja, mas ocorre em meio a uma série de expectativas sobre o sucessor de Bento XVI. Segundo o professor, o próximo papa deve ser, sobretudo, um “agregador”.

“É uma nova etapa da Igreja que se inicia sob o ponto de vista da esperança, pois há uma necessidade de renovação”, disse Bosco . “O papa é o sucessor de São Pedro, aquele que deve saber lidar com a diversidade e ser agregador. Deve ter também o poder de congregar”, ressaltou.

O conclave – expressão que vem do latim e significa “com chave” – reúne os cardeais que têm menos de 80 anos. No total, são 209 cardeais, mas, por isso, apenas 115 votarão para a escolha do novo Papa. O processo começa com um juramento de segredo absoluto sobre todos os procedimentos. Dos eleitores, 50 foram nomeados por João Paulo II e 67, por Bento XVI.

Estarão representados os cinco continentes: Europa, com 61 cardeais; América Latina, com 19; América do Norte, com 14; África, com 11; Ásia, com 11; e Oceania, com um. Os países que têm mais cardeais eleitores são a Itália, com 28, os Estados Unidos, com 11, a Alemanha, com seis, o Brasil, a Espanha e a Índia, com cinco cada um.

O padre jesuíta Luís Corrêa Lima, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) lembra que, durante o Conclave, os cardeais ficam isolados e que a votação ocorre também de maneira sigilosa. No momento de votar, em um pequeno pedaço de papel retangular, no qual está a frase Eligo in Summum Pontificem (Elejo como Sumo Pontífice), o cardeal deve escrever na parte inferior, procurando disfarçar a letra, o nome do seu candidato.

A cédula de votação é dobrada duas vezes e levada para o altar. Todo o processo segue um rito. A cédula é depositada no altar no qual cada cardeal pronunciará as seguintes palavras: “Invoco como testemunha Cristo Senhor, o qual me há de julgar, que o meu voto é dado àquele que, segundo Deus, julgo deve ser eleito.”

Se não houver consenso, haverá votações de manhã e à tarde. Caso não haja acordo depois de três dias, estabelece-se prazo de 24 horas de interrupção para oração. O período de um dia é chamado de reflexão espiritual. Em seguida, são retomadas as votações. Sem êxito, após um período máximo de nove dias, os cardeais eleitores serão convidados a dar sua opinião sobre o modo de proceder em busca de consenso.

Veja as etapas do processo de seleção do novo Papa:
1. O Vaticano convoca o Conclave, reunião de cardeais que escolhe o novo papa.
2. Os cardeais aptos a votar ficam isolados no Vaticano e fazem um juramento para que nenhuma informação seja divulgada.
3. Duas votações são realizadas pela manhã e à tarde todos os dias, dentro da Capela Sistina. Para ser eleito, um nome deve conseguir uma maioria de dois terços. Essa é uma regra antiga que Bento 16 colocou em prática novamente em 2007.
4. Após cada votação, as cédulas são queimadas. Fumaça negra saindo da chaminé da capela significa que nenhuma decisão foi tomada, mas fumaça branca quer dizer que o novo Papa foi escolhido e aceitou o cargo. Para evitar confusão quanto à cor da fumaça, os sinos também tocam quando há consenso.
5. O novo pontífice é apresentado na arcada da Praça São Pedro, com as palavras em latim "Habemus Papam!", que pode ser traduzida como "temos um Papa!". Em seguida, o novo Pontífice transmite sua primeira benção.

Fonte: http://www.arquidiocesebh.org.br

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